segunda-feira, 9 de junho de 2014

Entre tapas e beijos!

No mês de maio a Comissão da câmara aprovou a lei da Palmada ou lei Menino Bernardo é um assunto muito polêmico e que eu não ia fazer um post a respeito, porém, ontem após ver uma imagem no facebook e comentar a respeito das tais palmadas, achei coerente escrever sobre o assunto, afinal sou mãe e só você vivendo essa experiencia é que vai entender toda a complexidade que envolve o tema.
O projeto de lei visa proibir pais e responsáveis legais por crianças e adolescentes de baterem nos menores de 18 anos, os pais que agredirem os filhos devem ser encaminhados a cursos de orientação e tratamento psicológico ou psiquiátrico, além de receberem advertência (não há especificação para a advertência  a ser aplicada). As crianças e adolescentes agredidos passam a ser encaminhados para atendimento especializado. A alteração vai acontecer no Estatuto da Criança e do Adolescente e será incluso o trecho que estabelece que menores de 18 anos têm direito de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante como formas de correção ou disciplina. 
Sou totalmente contra violência e principalmente com crianças. Não consigo compreender o pensamento de algumas pessoas que defendem a violência (física ou verbal) como foram de disciplina. 
Crianças dão trabalho sim, fazem birras e nos testam a todo momento, elas querem saber até onde podem chegar para conseguir aquilo que querem. E nós como adultos temos o dever de demonstrar que não cedemos, temos que ter paciência, coerência e maturidade para lidar com essas situações. Agressão é uma demonstração clara de falta de controle emocional. Não sou hipócrita a dizer que nunca me peguei em momentos de total impaciência com o Gabriel querendo lhe dar uns tapas, mas conto até mil se precisar e jamais encostei um dedo sequer no meu filho. Há quem diga que dar um tapa, palmada é diferente de espancar mas se você for pensar de um outro angulo, a situação no casamento, onde o marido bate na esposa. Tudo começa com um simples tapa na hora da raiva, a cada discussão as coisas vão saindo mais do controle e em seguida junto com a discussão sempre vem o espancamento e uma mulher oprimida. O problema todo começa na hora da raiva, a falta de controle, a correria do dia a dia, descontar a raiva nos filhos. A falta de respeito com as crianças também é uma das coisas que levam a agressão, ninguém leva a criança a sério, suas vontades, seus desejos, suas tristezas e angustias. A criança assim como nós é um ser humano e em plena formação de carácter e opinião. Um exemplo disso é o abuso sexual na infância, pais que não levam a sério o que seus filhos dizem, sempre acreditam que criança inveta história e na verdade ela esta pedindo ajuda. Esta cultura que nos diz que criança tem que obedecer, criança tem que apanhar para aprender...um sistema opressor. A criança hoje não sabe revidar mas num futuro próximo saberá, muitos não entendem o porque de idosos serem largados por aí, mas alguém já parou para pensar nessa relação do dia a dia? Os bisavós, avós, pais sempre batiam nas crianças, tudo num requinte de crueldade. Não dá para entender o porque do direito da criança não ser respeitado! É aquela mesma situação que os mais velhos dizem sobre o RN:  "ele está te manipulando, só que colo!" Até quando teremos esses pensamentos antigos? Nunca foi necessário ao meu pai me bater para que eu pudesse respeitar ou aprender algo. E eu sempre respeitei ele. Apanhei sim, uma vez da minha mãe e doeu não apenas fisicamente mas por dentro, machuca mesmo e é uma situação que eu NUNCA vou esquecer (infelizmente). Os motivos sempre são tolos (uma roupa que sujou, um copo que quebrou e etc...) e na hora da raiva nós adultos perdemos o controle! E acredito que apenas quem é mãe ou pai para entender bem do assunto, afinal somos nós que ficamos com eles, somos responsáveis por eles... Não consigo me imaginar dando um tapa no Gabriel sabendo que ele vai sofrer não apenas dor física mas também a dor da humilhação. Que essa nova lei venha para mudar esses padrões de comportamentos tão antiquados a nossa atual vida. Considero justa TODA FORMA DE AMOR.

Segue abaixo um texto que transmite muito o que sinto! (retirado da pagina do facebook: Humanize-se)



"Impressionante e assustador o número de pessoas que defende o direito de BATER em CRIANÇAS. "Eu apanhei e olha como sou bacana hoje!". É a mesma lógica do "meu avô fumou a vida inteira e está saudável" e do "meu pai começou a trabalhar aos 10 anos e isso só fez bem a ele!".

A impressão que dá é a de que a pessoa, ao defender o direito de BATER EM CRIANÇAS (sempre em caixa alta pra ressaltar o barbarismo), está inconscientemente defendendo os próprios pais que o agrediam. Sem perceber que o mundo evolui e devemos acompanhar seu ritmo. Tínhamos escravos; as mulheres não votavam; gays eram (em vários lugares, ainda são) presos por amarem indivíduos do mesmo sexo. Nós evoluímos. Seus pais educaram você há décadas; estamos agora em 2014. Acelere o passo em vez de ficar para trás. Quando alguém vê uma pessoa batendo em um poodle, fica horrorizado - aliás, o mundo para pra protestar. Mas se a vítima é uma criança... ora, ora, ela está apenas sendo 'educada'.

'Mas tem criança que só aprende apanhando'.
Não, companheiro(a), errado. O que você quer dizer é que 'tem adulto que só ensina batendo'. É bastante diferente.

Como já dizia o mestre Miyagi: 'Não há mau aluno; só mau professor'.
Cabe a você escolher que tipo de professor quer ser. E ao mundo impedir que sua escolha equivocada resulte em agressões a um inocente."


Beijos ;)

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