quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Acima de tudo.


O Gabriel esta voltando aos poucos a dormir melhor ou mesmo que acorde de madrugada só conversar com ele e ele volta a dormir sozinho (sem ninguém sair da cama). Quando eu estava gravida ouvi muito das pessoas a seguinte frase: "aproveita para dormir agora!". Imaginava que dormir pouco seria realmente o nosso destino. Gabriel nasceu e superou todo o "pessimismo" e dormia muito bem. Mesmo acordando de madrugada para mamar, voltava logo a dormir. Até a minha volta para o trabalho nós nunca tivemos problema algum com o sono do Gabriel, o único "problema" é que ele dormia demais, demais e demais, hahaha. Quando eu voltei da licença maternidade muitas coisas mudaram rapidamente na nossa vida.
A algum tempo fiz uma sugestão e resenha a respeito de um livro chamado "A maternidade e o encontro com a própria sombra" - Laura Gutman. Em um trecho ela deixa claro como a criança ao sentir a mudança da rotina, ausência dos pais (afinal tanto eu, quanto o papai ficamos com ele nesses 7 meses), o bebê fica fragilizado e o corpo fala. Nunca tive duvidas que o corpo fala aquilo que nós não conseguimos digerir ou expressar. A mãe e o bebê estão interligados tanto no físico mas muito no emocional, as vezes a mãe sente uma angustia, tem algum problema e não fala. O seu bebê acaba "falando" por ela seja chorando, adoecendo. Esta fusão da mãe e bebê dura por dois anos, nesse meio tempo a mãe experimenta diversas sensações e estados alterados de consciência por ter que lidar com uma serie de situações. Isso tudo é o puerpério.
E nós estamos enfim nos tornando dois seres independentes um do outro. O Gabriel esta lidando até que bem mas exige bastante contato físico e presença. No meu caso acredito que a independência dele me cria uma estranheza, aquele ser que saiu de mim, hoje não precisa mais tanto assim... Já consegue até dormir sozinho. Nós mães nos apegamos tanto a eles e somos tão contraditórias, ao mesmo tempo que queremos um tempo "só" nosso, queremos descanso, também queremos que eles fiquem para sempre pequenos e dependentes de nós, queremos que eles sempre estejam querendo nosso colo não como ombro amigo, mas colo de 'mamain', aquele que nem o pai pode dar, aquele aconchego de bebê que só quer você. Estamos a uma semana do Gabriel completar dois anos e um mês e entrando nesse processo de crescer. Por que é tão difícil? 

Beijos.

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