segunda-feira, 13 de julho de 2015

A caminho do parto


Quando comecei a me interessar pelo parto humanizado, ficava imaginando como eu fiz a cesárea com tanta certeza de ser algo seguro. E de inicio condenava demais a minha decisão de ter tido o Gabriel em uma cesárea eletiva e me culpava por tudo que havia acontecido conosco. Mas aprendi também que as experiencias que nos trazem alguns ensinamentos. Já condenei muito a cesárea mas hoje o que eu posso dizer é que nós buscamos o parto em si. Ainda que a cesárea não seja um parto e sim uma via de nascimento, extração do bebê e tudo mais. Foi ela que trouxe o Gabriel para o mundo e apesar dos pesares, foi assim que ele chegou até nós. Hoje eu só posso falar sobre mim e o que uma mulher escolher para ela só diz respeito a ela. Afinal "meu corpo, minhas regras". Porém uma coisa que me aflige muito e principalmente agora que estou gravida, é a forma como nós somos tratadas e somos vistas pelos nossos médicos, é a forma como as informações chegam até nós e como o acesso a informações são difíceis. O médico do convenio que tá sempre lotado de mulheres gravidas, cheias de duvidas e quando entram no consultório são tratadas de uma maneira infantil, demonstrando que nós não temos como discernir nada e afinal o médico sabe exatamente o que fazer. Se somos questionadoras, o médico é muito pessimista. Principalmente quando nós estamos indo contra ao que ele acredita ser o melhor para todos (principalmente para ele). As informações que eu obtive do médico que me acompanha a respeito do parto normal me fizeram chegar a uma conclusão, se no final das contas eu não tiver pra onde correr e for ter o bebê com ele, será uma cesárea com toda a certeza desse mundo. Porque o tal parto normal é mais um filme de terror.
Mas porque de novo falando sobre isso? Porque isso é muito importante para mim, escrever sobre as minhas percepções, minhas vontades e os meus medos. Para chegar ao parto humanizado estou trilhando um caminho árduo, em busca de pessoas que consigam me trazer confiança e a esperança que nada esta perdido. Já encontrei a minha doula <3 e agora estamos em busca de uma equipe que nos acompanhe. Não é fácil, é preciso correr atrás, ter apoio de alguém também é essencial. O Bruno esta viajando e volta lá pro começo de setembro, ficará quase que a gestação inteira fora do país mas ao mesmo tempo é um marido que apoia todas as minhas decisões e sonha junto comigo, isso é importantíssimo. Afinal o filho é nosso e estamos juntos nesse barco em todos os aspectos. De qualquer forma como eu disse lá no começo, somos nós que buscamos o parto e não basta acreditar que você vai ter o parto normal e fim. Não é atoa que nós vivemos a realidade de ser um país com a maior taxa de cesáreas do mundo. E eu também acredito que o parto deva ser encarado assim como nós encaramos a alimentação e educação do bebê. Nós nos preocupamos tanto com isso e não pensamos na forma de nascer. Então para mim passar pela cesárea, no meu caso especificamente, seria a ultima das ultimas consequências, por isso estou sim muito preocupada com o meu parto e do Joaquim, preocupada com essa nova experiencia na minha vida e como ela pode acontecer. E continuamos a procurar...

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