segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Considerações finais

Segunda feira passada concluímos um momento muito importante em nossa vida. Foi a nossa ultima roda de gestante no espaço Santosha/Mamastê. Lugar onde fomos a primeira vez quando completei 32 semanas de gestação e foi um encontro muito gostoso, com uma conversa boa e onde conhecemos a nossa equipe que acompanhou o nascimento do Joaquim. E ontem nós fomos lá relatar o parto.
Eu não sei se não vou mais escrever sobre o parto do Joaquim ou a sobre a gestação. Mas preciso fazer algumas observações.

O parto do Joaquim foi a realização de um sonho, uma experiência que eu precisava e desejei muito viver. A gravidez não foi planejada e nós não estávamos conscientes que seria tão complicado chegar ao parto em si. Foi uma busca e foi difícil. De fato o principal fator que fez o parto que eu idealizei acontecer, foi o dinheiro, sim, mas também a minha prioridade. Eu poderia ter priorizado guardar a grana, dar entrada num carro, pagar algumas dividas e decidi que o parto era a minha prioridade naquele momento e assim foi. Não me arrependo nenhum segundo e digo que se pudesse pagava mais. Já havia lido que o custo do parto não paga o valor que ele tem para nós. É exatamente isso!

Acredito também que a cesárea anterior ter sido desnecessária e a consciência que eu poderia ter feito diferente, fizeram eu querer ainda mais um parto mais respeitoso (de acordo com a minha filosofia e percepção). E quanto mais batalhei pelo parto mais queria que ele acontecesse. Quanto mais duvidaram de mim, mais ainda eu quis.

A dor do parto é uma dor louca. Tem um vídeo, durante o trabalho de parto, falando que era uma dor engraçada. Até certo momento é. A dor vem com a contração e vai embora com ela também,  as contrações chegaram e eu não percebi, achava que eram sinais falsos e não levava fé no começo do trabalho de parto. Mesmo tendo sentido contrações de madrugada, foram tranquilas, dormia entre elas e quando viam eu despertava e segurava no Bruno, que dormiu a noite toda e não se lembra de nada.
A transição da fase latente para o expulsivo as dores se intensificaram. Mas a dor deve ser trabalhada durante a gestação e deve ser encarada de forma positiva, como algo que esta trazendo o seu bebê para você e é um momento que seu corpo vai passar para chegarmos ao nascimento!

No relato de parto tentei ser o mais objetiva possível. Após passar pela experiencia do parto cheguei a conclusão que os relatos de parto e videos são bem romantizados. Me apeguei muito a esses relatos mas logo após o nascimento pensava o quanto eram "enganosos", por isso escrevi bem próximo ao parto para ser o mais realista possível. Hoje, cinco semanas depois, já consigo romantizar mais e até pensar em parir de novo. 

Musica e ambiente durante o trabalho de parto são muito importantes. Para entrar na "vibe" do parto acredito que foi super importante o clima aconchegante. Foi uma noite que eu também não vou esquecer pelo ambiente relaxante. A equipe que estava totalmente entrosada e nós cultivamos uma amizade durante o pré natal, mesmo que relativamente curto, foi como uma noite entre amigas. A playlist que eu fiz, de inicio tive vergonha, ficava pensando que não eram músicas legais e no fim a equipe super curtiu e fez total diferença no parto, pena que só tinha vinte musica e no final já não aguentava mais ouvir porém hoje são as musicas que eu mais gosto de ouvir e automaticamente me lembro do parto. É muito bom. Quem quiser ouvir a playlist está disponível no spotify com o nome de: Parto Joaquim.

A respeito do parto e sobre aquela famosa guerra parto normal x parto cesárea. A mulher deve ter o direito de escolher baseada em informações verdadeiras. No pré natal com o médico do plano de saúde, percebia mulheres perdidas e sendo orientadas por um profissional oportunista e esta situação é triste. É um direito básico ser bem informada pelo profissional que nos acompanha. A mulher que tem medo da dor do parto, seria interessante por esses medos para fora e trabalhar essa angustia referente a dor, afinal por vivência digo que os dois vão doer sim. Até no pós parto mas são dores diferentes. 


Minha conclusão é que valeu totalmente a pena. Toda a busca pelo parto e ele enfim acontecer. Foi uma experiência incrível. Faria tudo de novo e já estou sofrendo por ter acabado. E se você for fazer um parto domiciliar vale a pena registrar. Nós não contratamos uma fotógrafa mas a nossa querida parteira tinha uma amiga que se ofereceu para tirar fotos. Não recebi todas as fotos só algumas amostras mas o pouco que vi já me fez voltar naquela noite.


"Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar a forma de nascer" (Michel Odent)






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