sábado, 23 de abril de 2016

A mãe que não sou ou o desabafo de uma mãe cansada

É muito estranho para mim quando alguém chega e me diz que me admira como mãe, que gostaria de ser como eu, que gostaria que eu ensinasse algo a ela, enfim, é muito estranho por que eu não me considero a melhor ou até mesmo uma ótima mãe. Muitas vezes acredito que a romantização da mãe que eu sou vem das fotos que posto nas redes sociais mas isso é basicamente apenas o que eu compartilho, afinal, ninguém posta fotos com cara de bravo, triste ou de coisas chatas. 
Não gosto muito de usar as redes sociais para ficar reclamando, gosto mais das coisas lindas e fofas. Acho que apenas o blog uso muito para desabafos. As vezes também acontece pelo instagram mas não é tão frequente assim.
Ultimamente venho exercendo uma maternidade que não me agrada e isso me incomoda demais. Com a chegada do Joaquim, a demanda aumentou e não consigo dar conta das coisas e como sou bem perfeccionista, me culpo, me cobro e me sinto mal. O Bruno faz tudo aqui em casa mas no ritmo dele, algo que nem sempre para mim é viável, então costumo tomar partido das coisas.
O Gabriel vem solicitando muito a nossa atenção e ao mesmo tempo que eu preciso dar atenção para ele, quero descansar, quero curtir o silêncio (se isso for possível tendo duas crianças em casa e um cachorro na vizinha), preciso preparar uma comida, lavar uma roupa, preciso fazer mil coisas e ele obviamente não quer saber sobre o que eu quero e claramente se sente jogado para escanteio. Na maioria das vezes quem supre a atenção acaba sendo mais o Bruno, leva ele no parque para brincar ou jogar bola. Não me leve a mal, eu também dou atenção, mas ao meu ver é muito pouca essa atenção, eu deveria dar mais. Me sinto péssima por não dar conta de tudo.
O Joaquim tem cinco meses e meio, é um bebê que me solicita o tempo inteiro, quer peito, quer colo, quer atenção, quer brincar, ele sempre quer algo. Não aceita ficar muito tempo sentado, gosta de ficar em pé, apoiado nas nossas pernas ou gosta de ficar andando pela casa. O Joaquim mama no peito e esse é mais um fator que me faz ter um bebê totalmente apegada, agarrado e que me deixa sem ter como agir, afinal eu preciso estar ali com ele naquele momento.
Quem acha que licença maternidade é algo simples, umas férias prolongadas e remuneradas, tenha ciência de que as coisas não funcionam assim. O Gabriel ainda foi bem mais fácil, um bebê super tranquilo, não tenho do que falar sobre. O Joaquim é completamente diferente, ele consome toda a minha energia. Eu fico exausta. 
Quando estou com os dois em casa, é sempre um caos, ainda não peguei o jeito, muito menos rotina. Esta tudo meio bagunçado, para mim, um tanto desesperador. Sempre foi tudo tão certinho e razoavelmente programado. Achei que seria apenas adaptar o bebê a nossa vida e não foi bem assim. 
Estou exausta psicológicamente e fisicamente também. Não consigo manter a minha casa organizada e limpa, todos os dias está bagunçada e suja igual. Não consigo lidar com as emoções do Gabriel, o "terrible two" não nos abandou, só se intensificou e com a chegada do Joaquim, piorou. Ele quer chamar a nossa atenção, não importa como. Não respeita nada, não tem medo de nada e sempre está nos desafiando. Está sendo dificil de lidar, ele não aceita o não. Mas sei que isso é uma fase e nós vamos aprender a lidar com tudo isso, ninguém disse que seria fácil. O Joaquim só quer colo, peito e rolar por aí, também não é fácil, ele não tira sonecas de mais de meia hora durante o dia, então basicamente ele acorda as oito/oito e meia, mama e acorda para valer e só vai dormir de fato dez e meia/onze horas. São mais de 12 horas acordado. Com esse calor então, ele mal dorme, ele é extremamente calorento. Nos dias que o Gabriel não vai na escola, ele não dorme nem meia hora, o Gabriel tá sempre falando, perguntando e fazendo muitos barulhos, o Joaquim tem o sono mais leve dessa terra ou seja, não dorme. 
No meio disso tudo, estamos eu e o Bruno, nos desdobrando para manter a ordem e conseguir alimentar, dar banho e garantir a segurança de todos. Vivemos numa correria sem fim, ainda mais agora que o Joaquim está comendo, são mil e um horários. Não esquecendo que temos que manter a casa limpa, organizada, roupa lavada e claro, nos alimentar, tomar banho e dormir (HAHAHA). 
Sei que esse post soa como algo aterrorizante mas as vezes é bom ter uma noção da realidade nua e crua, obviamente nem sempre as coisas são tão duras, tem os momentos mágicos mesmo mas hoje especialmente foi um dia que me desgastou demais. Não está fácil mas vamos naquele mantra "é só uma fase, vai passar!"



Enfim, beijos :)

2 comentários:

  1. Segue outro mantra: filho é uma benção!!! Kkkkkkkkkkkkkkkk

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  2. Segue outro mantra: filho é uma benção!!! Kkkkkkkkkkkkkkkk

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Obrigado pelo comentário!