quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Rotina com dois filhos pequenos

O Gabriel era um bebê de três anos e três meses recém completos quando o Joaquim chegou de fato em nossa vida. Eu como sempre ansiosa e desesperada já temia a rotina e os afazeres desde quando descobri a gravidez, poderia ser angustiante na época mas hoje vejo quanto tempo perdi me preocupando antecipadamente. Isso não quer dizer que foi fácil ou que é fácil mas que nós conseguimos aprender e reinventar a vida. 
Como nosso parto foi domiciliar, nós tivemos que dar conta de tudo desde o principio do principio e nos adaptar. O Joaquim nasceu as seis e meia da manhã e o Gabriel chegou em casa para conhece-lo por volta das seis da tarde e nós ficamos sozinho lá pelas oito da noite. Eu e o Bruno, cuidando de dois.
Os primeiros dez dias foram os mais sufocantes para mim, afinal ter passado treze horas em trabalho de parto, muito do ativo e fiquei quase três noites sem dormir direito. Somando esse cansaço, tivemos o começo da amamentação que como já relatei aqui no blog, não é simples e fácil. É um teste bem dificil! 
No começo o tempo era dividido entre as mamadas do Joaquim e assim nós fomos vivendo. No caso o bebê vivia no colo, mamando ou no colo, dormindo. Muito, muito e muito colo.   






Nós não nos preparamos com comida congelada mas tive o privilégio de contar com meu marido 100% do tempo, então ele ficou encarregado de fazer a maioria das comidas e a minha avó que mora no mesmo quintal, ela nos ajudou muito com as roupas. Eu não me lembrava o quanto um recém nascido sujava roupas e o Joaquim nasceu com três quilos e era pequeno, então usou o mês todo meia duzia de roupas. Só cabiam as roupas RN da Carter's e as que eu comprei aqui no Brasil, não serviam. E foi loucura, sujamos muitas e muitas roupas. 
O Gabriel foi para escola por mais uns vinte dias e logo entrou de férias. Nós passamos a cuidar dos dois em tempo integral.
Para mim a melhor forma de falar sobre a nossa rotina com um recém nascido é pela noite. Afinal dependendo do que acontecia a noite, a rotina seria diferente pela manhã.



A primeira noite logo após o parto foi louca mas não pelo bebê e sim por mim. Eu senti muitas dores musculares, parecia que um caminhão havia passado por cima de mim, sentia também muitas dores no quadril e não conseguia ficar deitada de lado e isso dificultou muito. Meu bumbum por ser grande faz com que eu não consiga deitar de costas, porque doí muito a lombar ou seja não encontrava uma boa posição para dormir. Fora que quando pegava no sono, sonhava com alguma contração, falava, gemia de dor e ai o Bruno me acordava ou eu mesma acordava no susto. É a mesma sensação de quando vamos dormir logo após passar um dia na praia, ficamos na água do mar sentindo a onda e quando dormimos, sentimos como se estivéssemos no mar ainda. Quando enfim conseguimos relaxar e dormir, o Joaquim acordou para mamar e logo depois voltamos a dormir. Nós ficamos cansados demais e no dia seguinte perdemos a hora de levar o Gabriel para a escola, foi uma coisa bem complicada, afinal eu estava cansada, podre e moída. O Bruno então nem se fala, porque ele não parou um segundo de fazer as coisas, limpou a casa junto com as parteira e depois lavou tudo de novo. Me ajudou na madrugada, trocou fralda, limpou coco, me ajudou a me posicionar para amamentar e mal conseguiu descansar.
Acontece que o Gabriel acordou e queria atenção, não foi fácil, nós enrolamos muito ele, colocamos TV, demos bolacha, tentamos de tudo para ele ficar quieto, sem barulho, para gente conseguir ter um descanso e aí que a minha sogra chegou, junto com a minha outra avó e nossa, que alivio! Rede de apoio é fundamental. Consegui enfim descansar tranquila, sem peso na consciência do Gabriel ficar sozinho assistindo TV. Minha sogra levou ele para andar de motoca pelo bairro, minha avó lavou a louça e a minha outra avó a roupa. E conseguimos enfim tirar um cochilo.



Nossa rotina foi seguindo um ritmo tranquilo, o Joaquim mamava de três em três horas. E nesse meio tempo na maioria da vezes nós dormíamos. O Bruno acordava cedo e levava o Gabriel para a escola e voltava, era a hora de tomar café da manhã e logo em seguida voltava a dormir, o Joaquim na primeira semana dormia bem durante o dia. Mas logo começou a esquentar e ele odiava o calor e não conseguia dormir. As primeiras duas semanas, nós nos adaptamos com a rotina de sono, era picada mas a noite ele dormia tranquilo e a pior parte era trocar ele (até hoje a pior parte é trocar, o Joaquim odeio tirar roupa e fralda).  
Os primeiros vinte dias de vida do Joaquim, eu parecia um zumbi, me sentia um lixo, mal conseguia pensar em viver o mundo lá fora. A amamentação foi algo que me empenhei e isso significa que durante todo esse período de tempo, eu estava sentada em algum lugar (sofá ou cama), só de sutiã, descabelada e com olheiras. Sempre a espera da próxima mamada que poderia ser em cinco minutos ou em duas horas e que poderia durar dois segundos ou uma hora. Algumas mulheres não passam por isso mas para mim foi algo necessário, a dedicação e empenho nos levaram a sucesso da amamentação. Foi um mês inteirinho com o Joaquim aninhado no colo, a maioria do tempo mamando, com o meu celular do lado tocando musica, alta e ninando ele. 
Enquanto eu vivia submersa nesse mundo amamentação e recém nascido cagão. O Gabriel estava sempre por perto brincando mas também passeou bastante, ia muito na casa da minha mãe, minha irmã ficava bastante tempo aqui em casa também, minha avó levava ele para ficar com ela na casa dele e ele ama muito todo esse paparico. Nós fizemos o possível para não sentir que foi deixado de lado por nós e deixávamos  a livre escolha do que ele poderia fazer. 
Conforme o Joaquim foi crescendo a nossa rotina foi se readequando as mudanças. O horário de mamar, de comer, de brincar, da soneca, do banho e dormir. Tentamos adequar e adaptar os horários dos dois o mais próximo possível, assim fica mais simplificado para nós também. 


O horário de acordar começa pelo Gabriel, antes das oito para ir a escola e enquanto o Bruno leva, eu amamento o Joaquim e na maioria dos dias ele continua a dormir e só acorda lá para as nove e meia da manhã. 
Eu saio de casa antes das dez da manhã, o Joaquim fica com o pai em casa e come a fruta da manhã, fica sentado na mesa do café e come umas bolacha de maizena. As vezes tira soneca, as vezes fica brincando, depende do dia. Por volta da meio dia e meia é o almoço dele. Ele come e logo depois a titia vem pegar ele. Durante a tarde ele tira uma soneca e come mais uma fruta.
Eu os busco quando chego do trabalho, primeiro pego o Gabriel e depois o Joaquim.
Quando chegamos em casa, é hora de fazer um lanche com o Gabriel e amamentar o Joaquim. Após feito isso nós três entramos no banho e em seguida vamos arrumar o nosso jantar, depende do dia o Bruno já adiantou alguma coisa, as vezes tudo e as vezes nada!


O jantar na maioria das vezes é as sete e quinze. Logo após o termino, nós deixamos os dois brincar juntos, brincamos com eles, assistimos TV e vamos nos acalmando para dormir. O processo para dormir começa as nove e quinze e até as dez os dois dormiram. O Gabriel dorme na cama dele e o Joaquim mama na minha cama e quando termina já vai para sua cama também.
Quando as crianças dormem, nós vamos arrumar toda a bagunça. Tirar louça suja da mesa, guarda a comida do jantar, tirar roupa suja caminho e também vamos fazer algo por nós, o Bruno joga vídeo game, eu mexo no celular ou computador. Durante a semana quando nós fugimos do cronograma na maioria das vezes, fica mais cansativo. Não gosto de sair dessa rotina na semana. Afinal, ela facilita a nossa vida. Lembrando que o Joaquim ainda acorda de madrugada, pelo menos uma vez para mamar. Mas mama, logo dorme e volta para a cama dele.


No final de semana é sempre mais exaustivo porque não seguimos essa rotina e temos muitas coisas para fazer. Limpar a casa (quarto montessoriano, tem que faxinar toda semana), lavar roupas, guardar roupas, ir ao mercado, ir a feira, prepara a casa para a semana que logo vai começar. Fora os compromissos e as vezes fazer nada (meio dificil mas as vezes acontece).
Conforme o tempo passa e eles vão crescendo, se conhecendo, tudo vai ficando mais simples. O Joaquim ainda solicita muito colo, chora bastante, ele gosta de fazer muita bagunça e odeia ouvir não. O Gabriel gosta de assistir desenho e brincar com seus brinquedos, chama a gente para brincar, gosta de me ajudar com a comida, olhar a comida sendo feita, adora roubar uns tomates e fica rondando pedindo atenção também. Mas hoje já é muito mais prático do que antes. O bebê já engatinha, já sabe explorar o ambiente e quando é pequeno e não senta, fica reclamando o tempo todo. Ainda bem que existe o sling, ele me salvou muito quando o Joaquim ainda era um neném. Mas a nossa rotina é um tanto puxada e totalmente voltada para o bem estar dos nossos filhos. É a vida e nós sempre soubemos que não seria fácil.






O Joaquim tem quase onze meses e nós conseguimos adequar a rotina que dá certo para nós faz pouco tempo e ainda temos muitas coisas a ajustar e melhorar. Esses dias pela primeira vez consegui fazer uma faxina completa, sem deixar nada para trás e o Joaquim tem quase onze meses. Demora para a vida se alinhar mas com paciência nós vamos nos adequando. Logo muitas coisas vão mudar e vamos nos adaptando.

O post ficou mega longo mas acredito que tenha dado para ter uma noção do que fazemos e se isso ajuda! Já tive um comentário por aqui, me perguntando como dar conta de dois? E gente, sem a divisão das tarefas, não daria. Simples assim. Nós não temos empregada ou diarista, não temos carros (mercado e feira, faço sempre com a minha mãe e esse é o nosso momento), nós temos que nos virar e dar um jeito da coisa funcionar. Uma vez na semana o Bruno joga bola e as vezes aos finais de semana. Eu gosto de ficar sem fazer nada quando todos estão dormindo, amo as sonecas sincronizadas e adoro acordar mais cedo que todos no sábado e tomar café lendo alguma coisa ou assistindo algo do meu interesse.
É isso, beijos!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário!